Música
Será o fim da era dos beatmakers? Declaração de Dr. Dre movimenta o mercado do Hip Hop
Timbaland e Metro Boomin Apoiam Declaração de Dr. Dre sobre “Um Produtor por Álbum” no Hip-Hop
Snoop Dogg está prestes a lançar seu 20º álbum solo, Missionary, totalmente produzido por ninguém menos que Dr. Dre. Recentemente, Dre e Snoop sentaram-se com o comentarista Stephen A. Smith, e o papo inevitavelmente se voltou para o estado atual do Hip-Hop. Durante a conversa, Snoop comparou seu mentor, Dr. Dre, ao lendário treinador de futebol americano Nick Saban, destacando a habilidade de ambos em guiar e treinar grandes talentos ao longo dos anos.
Quando questionados sobre que conselho dariam aos novos artistas, Snoop foi direto: “Seja original”. Dr. Dre, por outro lado, enfatizou a importância de encontrar um colaborador ideal. “Eu não gosto do fato de haver tipo nove produtores diferentes em um álbum. Eu gosto da ideia de um produtor por álbum. Continuidade é tudo”, declarou Dre. Ele ainda criticou a tendência atual de múltiplos produtores trabalhando em um único projeto, algo que se tornou comum na cena contemporânea. “Se você é um produtor, deveria ser capaz de produzir o álbum inteiro. Foi assim que comecei”, Dre acrescentou.
O impacto da fala de Dre foi imediato. Timbaland, um dos produtores mais influentes da história do Hip-Hop, foi às redes sociais para endossar a declaração. Ele postou o trecho da entrevista com a legenda: “Pregue, @drdre!”. Metro Boomin, que representa a nova geração de produtores e dominou as paradas em 2023, também concordou, comentando: “Tudo verdade!”
Durante a conversa, Snoop Dogg ressaltou que a diferença entre a era de Dre e a atual está no número crescente de beatmakers, que não necessariamente possuem a mesma habilidade que os produtores completos. “É tão fácil fazer beats agora. Eles te dão pacotes de computador com os loops prontos, com a bateria, e isso… Vocês tinham que fazer o loop, mudar o sample”, disse Snoop. Dre completou dizendo que vê uma mudança acontecendo no Hip-Hop atual, afastando-se do mumble rap e voltando a uma abordagem mais artística.
Para Dre, o futuro da música está nas garagens, onde alguém, neste exato momento, está criando algo inovador que vai transformar a indústria. “Tem que acontecer agora porque tudo que está rolando na música — especialmente no Hip-Hop — está muito estranho”, afirmou Dre.
Embora esse tipo de colaboração seja raro no mainstream, a cena independente ainda abraça a prática. Produtores como The Alchemist, Daringer e V Don têm se destacado ao trabalhar em álbuns inteiros com artistas como Boldy James, Rome Streetz e Larry June. Metro Boomin, por sua vez, também produziu dois álbuns completos com Future, que alcançaram o topo da Billboard 200 em 2023.
A questão levantada por Dre e endossada por Timbaland e Metro Boomin traz à tona um debate importante sobre o papel do produtor no Hip-Hop e a continuidade sonora nos álbuns. Enquanto alguns defendem a colaboração com múltiplos beatmakers, outros, como Dre, acreditam que a conexão entre um produtor e o artista é essencial para criar uma obra coerente e memorável.
Com Missionary no horizonte, o Hip-Hop pode estar prestes a reviver essa conexão entre artista e produtor, algo que já definiu grandes clássicos do gênero.
Essa discussão coloca em evidência a importância da originalidade e da continuidade na produção musical, e é interessante observar como grandes nomes da indústria, tanto antigos quanto novos, estão alinhados em suas opiniões sobre o assunto. O futuro do Hip-Hop, como Dre disse, está aberto para a próxima grande mudança.
Assista a entrevista completa:
Música
ALEE e todo o seu “CAOS” para a cena de 2024
Falar em trap em 2024 e não passar pelo Nordeste está impossível, e ALEE e o seu álbum “CAOS” são um motivo pra essa afirmação.
O álbum ficou disponível no dia 23 de setembro, e se destacou entre os diferentes lançamentos do primeiro semestre de 2024.
Contudo, é possível afirmar que o álbum é uma verdadeira obra de arte e um projeto de trap que a cena brasileira estava precisando ouvir.
Calma aí! Um olhar em “Dias Antes do Caos”
O nome por si só já foi um alívio para os fãs de Alee que aguardavam pelo lançamento do álbum solo do artista.
Afinal, o rapper, que agora é assinado com a produtora NADAMAL, fez uma sequência de lançamentos incríveis em 2022, quando ainda integrava a Hash Produções. Alguns destaques desse período vão para faixas como:
- Isso que é bom;
- Cardi B;
- Bahia;
- Dores.
Desse modo, após um processo complicado, o artista apresentou o seu primeiro álbum solo “Dias antes do Caos”, no dia 28 de fevereiro de 2024.
Com um trap que entrega estética, relatos de um “jovem negro”, e algumas participações pontuais, o projeto só deixou o aviso de que algo gigante estava a caminho.
Esse álbum traz uma projeção do universo caótico que Alee preparou, traduzindo inúmeras questões que também afetaram sua vida pessoa, inclusive a situação com a Hash Produções.
Então, chegamos ao “Caos” de Alee
Não dá para negar que o primeiro álbum do Alee é um trabalho que você realmente espera dele.
No entanto, em “Caos” ele consegue se superar, mostrando o que ele realmente estava guardando para o público que realmente gosta de trap sujo.
Entre os diferentes produtores que integraram a produção desse álbum, estão Dallas, Necklace, Brandão085 e PMM.
Quanto às participações, apenas quatro nomes aparecem no projeto: Anezzi, Brandão085, Klisman & Senndy.
Ao todo, o projeto conta com 14 faixas, onde Alee apresenta diferentes waves. Isso fica por conta de seu flow, as escolhas bem feitas entre os feats, transições de beats e a mixagem de Dallas e a masterização de Jonny Monteiro.
As participações se dividiram nas seguintes faixas:
- Senndy em ‘Amor e ódio’;
- Klisman em ‘Alpinista Social’;
- Klisman e Anezzi em “Party”;
- Brandão085 em “Segredo”.
Apesar de apresentar o puro suco do trap, Alee não se limitou, e cada instrumental é um verdadeiro convite para ver o que este artista é capaz de fazer.
O início de tudo!
Antes de disponibilizar o álbum, o rapper fez um vídeo onde introduziu o conceito do seu álbum, onde deixou claro que “Dias antes do Caos”, na verdade era o “Caos”.
O nome, portanto, faz alusão à sua vida, e ele inclusive, cita que os próprios fãs entendem alguns dos motivos por traz de todo esse processo caótico.
Ele também entra em detalhe em torno de seu processo e participação na produção, deixando claro que ele está por dentro de todas as partes em torno da sua composição.
Ainda não conferiu esse trabalho incrível? Aqui no Mundo da Rua nós te apresentamos muito mais novidades do cenário nacional, então, não deixe de conferir!
Música
Matuê e o sucesso de 333: rapper concorre a prêmio pela 2ª vez
Sem dúvida, Matuê é um dos maiores ─ para não dizer o maior ─ nome do trap brasileiro.
No dia 09 de setembro, ele quebrou o hiato de quatro anos e lançou o seu segundo álbum de estúdio: “333”.
E os quatro anos de espera não foram em vão e os fãs corresponderam à obra que Matuê trouxe.
O incrível lançamento de “333”
O evento de lançamento do “333” começou com uma transmissão ao vivo no YouTube, que durou quase 3 horas e 30 minutos:
Após sua estreia, o disco liderou o chart mundial do Spotify na categoria de melhores estreias de disco: Top Albums Debut Global.
Estourando a bolha nacional, nos primeiros dias de lançamento, o álbum de Matuê ficou entre os 50 mais escutados, conforme o Top Álbuns Global no Spotify Charts.
Dentro de casa, o rapper logo assumiu a primeira posição no Top Álbuns Brasil.
Quantas músicas tem no álbum 333 Matuê?
São 12 faixas. De modo que são:
- Crack com Mussilon
- Imagina esse Cenário (Ft. Veigh)
- Isso é Sério (Ft. Brandão85)
- 1993
- 4Tal (Ft. Teto)
- O Som
- 04AM
- Castlevania
- V de Vilão
- Maria
- 333
- Like This!
Matuê traz um trabalho que mostra outra faceta da sua produção artística. Mostrando, basicamente, menos trap do que “Máquina do Tempo”.
Contudo, ao lado de Brandão 085 e Samuel Batista, Matuê explorou o que havia de mais fino em sua musicalidade.
Com um uma narrativa que perpassa por diferentes ritmos, melodias e experimentações, “333” é uma viagem sútil e agradável.
O artista, parece bem menos focado em ganhar um público do trap, mostrando que está atrás de muito mais, um espaço entre os maiores artistas do Brasil.
2ª ano consecutivo concorrendo como “Melhor Artista Brasileiro”
Com o lançamento de “333”, Matuê, que vem de uma ascensão astronômica, o artista ficou em ainda mais evidência.
Assim, em 2024, o rapper recebeu a indicação ao MTV Europe Music Awards (EMA) 2024 na categoria Melhor Artista Brasileiro.
Vale destacar que em 2023, Matuê venceu nesta mesma categoria. Nesse ano, nomes como Luísa Sonza, Pabllo Vittar e Jão, também concorrem ao prêmio.
Além de “Artista do ano”, “333” também está concorrendo a “Álbum do Ano” pela MTV.
O resultado, portanto, fica disponível a partir do dia 03 de dezembro.
“Vetin do 085”: o anúncio do ano durante o Rock in Rio 2024
Não dá para negar que “Isso é sério“, faixa do álbum com participação de Brandão085, foi um verdadeiro destaque ─ em todos os sentidos.
O artista que já integrou a Hash Produções, era um nome que muitos fãs estavam cogitando se entraria ou não na 30Praum ─ produtora de Matuê.
E para a alegria de muitos que estavam com essa pulga atrás da orelha, no show do Rock in Rio, em uma sexta-feira 13, o rapper anunciou o novo integrante da 30Praum.
Dessa forma, o mistério em torno de rumores acabou e o que muitos esperavam se confirmou.
Aliás, Matuê revelou que Brandão085 teve uma grande participação e influência produção de “333”.
E o menino chegou na casa, mas já colocou trabalho na pista, lançando no dia 23 de outubro seu primeiro álbum solo pela 30Praum, “CEO”.
E se você gosta de ficar por dentro das principais notícias em torno do rap, o Mundo da Rua tem as atualizações que você não pode perder!
Música
Pineapple StormTV lança Poetas no Topo 4
No cenário musical contemporâneo, especialmente no rap brasileiro, o surgimento de iniciativas que promovem a colaboração entre artistas é um fenômeno que merece destaque.
Desde sua primeira edição, o Poetas no Topo tem se mostrado uma plataforma inovadora, trazendo à tona vozes que, muitas vezes, permanecem à margem do mainstream.
Com uma proposta simples, mas impactante, o projeto consiste em reunir rappers de diferentes origens e estilos para rimar em um cypher, um formato tradicional no rap que permite que os MCs demonstrem suas habilidades líricas e a autenticidade de suas mensagens.
O que é um Cypher?
Um cypher é um formato de batalha ou jam session no qual rappers se reúnem para improvisar rimas de forma colaborativa, geralmente em um ambiente informal. Os participantes se revezam para rimar em cima de um beat, podendo fazer freestyle (improvisar na hora) ou apresentar letras previamente ensaiadas.
Retorno após longo hiato
Hoje, o cenário musical brasileiro celebra a estreia da aguardada quarta edição do projeto “Poetas no Topo”, promovido pela Pineapple StormTV. Desde sua primeira edição, lançada em 2016, o projeto se destacou por inovar ao reunir artistas renomados do rap nacional.
Com mais de 100 milhões de visualizações no YouTube, “Poetas no Topo” se consolidou como um fenômeno cultural, e esta nova edição promete resgatar a essência da lírica do gênero, trazendo temas profundos e relevantes para a cena atual.
Grande elenco de artistas
Neste novo capítulo, grandes nomes do rap, como Cesar MC, Sain, DK-47, Froid, Ajuliacosta, Xamã, Leall, Don L, Major RD e Raffa Moreira, se juntam para trazer letras impactantes e uma sonoridade diversificada. Um dos destaques da edição é o retorno de Raffa Moreira, que se reconcilia com a gravadora após sete anos de ausência.
A presença de Sain e Froid, que também participaram de edições anteriores, traz uma continuidade e conexão entre os artistas, criando uma oportunidade única para a troca de experiências e estilos.
O rapper Major RD comentou sobre a importância do projeto: “‘Poetas no Topo’ é um projeto muito grande no rap nacional. Acredito que estamos resgatando a mensagem que o rap precisa. Paz, liberdade, sentimento, poesia e rimas que vão chegar em algum lugar.”
Ele ressalta que esta edição é uma chamada à reflexão sobre a direção do rap, que, segundo ele, tem se afastado de suas raízes.
A expectativa do público
Com temas relevantes como paz e liberdade, “Poetas no Topo 4” vai não apenas entreter, mas também instigar uma discussão sobre a essência do rap e sua capacidade de impactar a sociedade.
O projeto reafirma a importância da poesia e das rimas na cultura urbana, convidando o público a se conectar com as histórias e mensagens dos artistas. Os fãs do gênero podem aguardar um material que destaca a riqueza e as nuances da cultura hip-hop, em um momento em que a música tem o poder de unir e inspirar.
A quarta edição de “Poetas no Topo” já está disponível e promete ser um marco na cena do rap brasileiro. Este lançamento reforça o espírito colaborativo e inovador que caracteriza o projeto, transformando cada cypher em uma celebração da cultura hip-hop e reunindo talentos de diversas regiões e estilos.
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