A cena do hip-hop underground paulistano acaba de ganhar uma nova obra com o lançamento de Semear, o segundo álbum solo de Dejavu, em parceria com o talentoso produtor Digmanybeats. O projeto, disponível em todas as plataformas digitais, combina beats cuidadosamente criados na Roland SP 404 MKII com letras que exploram temas profundos e universais.

Composto por 12 faixas, o álbum apresenta títulos como “Seja Luz ao Caminhar”, “Fim da Linha”, “Dar Sentido a Nossa História” e a faixa-título “Semear”. A obra é um convite à reflexão sobre as complexidades da vida, a busca por significado e os desafios cotidianos, tudo sob a perspectiva única e humanista do mestre Dejavu.

Uma parceria que eleva o rap underground

Dejavu, conhecido por sua trajetória em coletivos como Menthafora, FTF Crew, Boom Bap Café e Nukenins 2049, uniu forças com Digmanybeats para criar um álbum que mistura poesia, colagens e riscos, com produções que respeitam a essência do boom bap e do rap experimental. As participações de Liz Bonfim e Diego Many enriquecem ainda mais o projeto, oferecendo camadas adicionais de musicalidade e emoção.

Faixas em destaque

Entre os destaques do álbum, “Seja Luz ao Caminhar” traz uma mensagem de esperança, enquanto “Céu Cinzento” reflete a melancolia e os desafios enfrentados nas ruas. Já “Tempo de Violência” e “Tudo por Status” abordam críticas sociais contundentes, características marcantes do trabalho de Dejavu.

Produção autêntica e intimista

Toda a mixagem e masterização ficaram a cargo de Diego Many, que também contribuiu com colagens e scratches, mantendo o som cru e autêntico. A escolha da Roland SP 404 MKII para a produção dos instrumentais reforça o compromisso com a estética underground e o resgate de sonoridades clássicas do hip-hop.

A força do hip-hop em Semear

Semear não é apenas um álbum; é uma jornada musical que demonstra o poder do rap como ferramenta de expressão e transformação social. Dejavu e Digmanybeats nos lembram que, mesmo em tempos de incerteza, é possível plantar sementes de esperança, resistência e autodescoberta.

Ouça agora em sua plataforma favorita e deixe-se levar pelas rimas e beats que fazem de Semear um marco na cena underground brasileira.

O Mainstreet Festival 2024, um dos maiores eventos de rap do Brasil, promete uma edição histórica, com um aumento expressivo da participação feminina no evento. Tradicionalmente dominado por homens, o festival deste ano trará ao palco algumas das maiores vozes femininas da cena hip hop, destacando o talento e a potência das mulheres dentro dessa cultura.

Dentre as atrações confirmadas, destaca-se Duquesa, uma das representantes mais aclamadas do rap nacional. Sua habilidade de transmitir mensagens poderosas por meio de letras afiadas e sua presença de palco contagiante fazem dela uma das maiores promessas do rap feminino no Brasil. Além dela, artistas como Nina do Porte, com seu estilo único e líricas introspectivas, e Slipmami, que vem ganhando notoriedade por sua irreverência e postura no palco, são grandes apostas para essa edição do festival.

Esse movimento de valorização das mulheres no rap não é recente, mas tem se intensificado nos últimos anos. O rap feminino, que sempre esteve presente de forma marcante, tem ganhado visibilidade e respeito na indústria, mostrando que as mulheres não apenas fazem parte, mas também ditam as regras dentro desse universo. Elas não são apenas artistas, mas também ativistas culturais, usando suas plataformas para combater desigualdades de gênero e raciais.

A edição de 2024 do Mainstreet Festival é, portanto, um reflexo dessa transformação. O festival vai além de uma simples sequência de shows, sendo uma verdadeira celebração da força, resistência e diversidade do hip-hop, com um line-up que promete agitar o público e mostrar o quão importante é a participação feminina na música urbana. O evento se consolida como um espaço de destaque para artistas mulheres, reafirmando seu lugar no centro da cena hip hop.

Com tantas vozes poderosas no palco, o Mainstreet Festival 2024 será, sem dúvida, um marco na trajetória do rap brasileiro, comprovando que o espaço da mulher no rap é cada vez mais forte e essencial para o crescimento e a evolução do movimento.

Sandrão RZO, um dos grandes ícones do rap brasileiro, acaba de lançar seu novo álbum, “Aqui é o Brasil”, disponível em todas as plataformas digitais. O projeto de 11 faixas, que explora a estética do Drill, reafirma o compromisso do artista com suas raízes enquanto apresenta uma faceta inovadora de sua música.

Com participações de peso como Felp 22, Caveirinha, DJ King e muitos outros, o álbum é um retrato das ruas e das realidades sociais que sempre marcaram as composições de Sandrão. Destaque para faixas como “Contêiner”, que também ganhou um videoclipe oficial no canal do artista no YouTube, e “Baile do Drill”, que promete conquistar tanto os fãs antigos quanto novos ouvintes.

Um Legado de Resistência e Inovação

Desde que surgiu na cena rap paulistana nos anos 80 com o lendário grupo RZO, Sandrão tem sido uma voz de resistência e reflexão dentro do movimento hip-hop. Em “Aqui é o Brasil”, ele continua a abordar temas que atravessam gerações, mas com beats que representam a nova onda do Drill, um subgênero do rap com raízes em Chicago e Londres, mas que ganha um toque único nas mãos de Sandrão.

Segundo o artista, o processo criativo do disco foi desafiador, mas recompensador. “Foi um desafio que me tirou completamente da zona de conforto, mas que, de certa forma, também me trouxe algo novo”, comentou ele sobre a produção do álbum, distribuído pela ONErpm.

Colaborações Que Elevam o Projeto

A diversidade de participações em “Aqui é o Brasil” é outro ponto forte do projeto. Além de Felp 22 e Caveirinha, o disco conta com nomes como Dudu MC, DJ Cia, Patricia Caetano e Henrique Fogaça, trazendo diferentes perspectivas e estilos para enriquecer o trabalho. Essas colaborações não apenas ampliam o alcance do disco, mas também reforçam o espírito coletivo do hip-hop, tão presente na trajetória de Sandrão.

Mais do Que Música: Um Movimento

Com este lançamento, Sandrão demonstra mais uma vez que é possível se reinventar sem perder a essência. O álbum celebra a mistura de tradição e modernidade, conectando o passado, o presente e o futuro do rap nacional. Além disso, o videoclipe de “Contêiner” promete fortalecer ainda mais a presença visual do projeto, oferecendo ao público uma experiência imersiva.

“Aqui é o Brasil” não é apenas mais um disco, mas sim uma declaração de amor ao rap e à cultura periférica brasileira. Sandrão prova, mais uma vez, por que é considerado um dos pilares do hip-hop no Brasil.