O rapper Rappin Hood acaba de alcançar mais um marco em sua trajetória ao receber o título de Comendador da Ordem do Mérito Cultural (OMC). Essa honraria, do Ministério da Cultura, representa o mais alto reconhecimento às personalidades que contribuem para a identidade artística do Brasil.
Com mais de três décadas de atuação, o artista reafirma sua importância não apenas na música, mas também no campo social e educacional.
A cerimônia aconteceu no Rio de Janeiro, no dia 20 de maio, e contou com a presença de grandes figuras, entre elas, o presidente Lula e a ministra da Cultura, Margareth Menezes.
Criada em 1991, a OMC visa destacar aqueles que moldam, de forma significativa, a cultura nacional. E, sem dúvida, Rappin Hood ocupa esse espaço com muito mérito.

Da periferia ao reconhecimento nacional ─ Rappin Hood
Desde o início da carreira, Rappin Hood se destacou por usar o rap como instrumento de transformação social.
Nascido na Zona Norte de São Paulo, começou a compor aos 14 anos e se assumiu como rapper depois que venceu uma batalha de rap, isso foi 1989. Dessa forma, o artista construiu uma discografia que mescla crítica social com influências do samba e da cultura popular brasileira.
Entre seus trabalhos mais notáveis estão os álbuns “Sujeito Homem 1″ (2001) e “Sujeito Homem 2″ (2005), que ganharam destaque por abordar temas como desigualdade, violência e resistência nas periferias.
Se no primeiro disco ele chama atenção por trazer nomes como Xis, KL Jay e Black Alien, no segundo ele foi além. Assim, ele colaborou com nomes como Gilberto Gil, Zélia Duncan e Arlindo Cruz, mostrando a versatilidade de sua arte.
Muito além da música
Porém, o legado de Rappin Hood vai além dos palcos. Ele fundou a Associação Cultural e Educacional Posse Mente Zulu, que atua na formação de jovens em situação de vulnerabilidade.
A instituição oferece oficinas de hip hop, educação financeira, capoeira e reforço escolar, tudo gratuitamente. Essa iniciativa mostra como a cultura pode ser uma ferramenta concreta de inclusão e mudança social.
Durante a pandemia, ele se posicionou publicamente sobre as dificuldades enfrentadas pelas comunidades e artistas, destacando a importância do comprometimento com o povo.
Desse modo, a atuação de Rappin Hood demonstra que seu compromisso com a periferia vai além das rimas — está presente em ações práticas e constantes.
Rappin Hood e a atenção às tendências
Mesmo com uma carreira consolidada, Rappin Hood segue inovando. Nos últimos anos, ele queria trazer a tokenização dos direitos autorais para suas músicas.
Para isso, utilizaria as plataformas de blockchain ─ a mesma base das criptomoedas.
Ele também segue ativo na cena política e social. Participou de campanhas contra a violência nas favelas, e defende a educação como ferramenta central de mudança. Esses posicionamentos refletem a coerência entre sua arte, suas ações e seus ideais.
Além disso, em uma entrevista recente, o rapper disse que está pronto para lançar “Sujeito Homem 3”, está pronto para essa bomba?
Uma das músicas dentro dessa obra, é o trabalho ‘”‘Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores (Caminhando)’, composição de Geraldo Vandré.
Por fim, receber o título de Comendador não é apenas um reconhecimento individual.
Representa uma conquista coletiva do movimento hip hop, das comunidades marginalizadas e de todos que lutam por espaço e respeito.
Como o próprio Rappin Hood afirmou: “O Hip Hop agradece!”.
Em um país onde a cultura popular muitas vezes é negligenciada, o reconhecimento a artistas como Rappin Hood é um passo importante. Ele representa não apenas um estilo musical, mas uma forma de resistência, educação e valorização da identidade negra e periférica.