Poucas horas após se entregar à polícia, o rapper Oruam apareceu em uma nova música da sua gravadora, a Mainstreet.
A faixa, intitulada “Manifesto #1 – A Rua Cercada por Divisão”, traz Além de Oruam, MC Poze do Rodo e Real Fubá.
Dessa forma, a faixa chegou às plataformas digitais como um grito de protesto contra a repressão policial nas comunidades periféricas.
A canção se destaca pela carga política e emocional em seus versos. Mesmo preso, Oruam organizou o lançamento com antecedência e pediu que MC Poze divulgasse o clipe em suas redes.
O resultado foi imediato: a música viralizou com mais de 500 milhões de visualizações em 12 horas. Com isso, traz novamente à tona o debate sobre a atuação do Estado nas favelas.
Letra denuncia abusos e violência institucional
A letra de “Manifesto #1“ critica diretamente o sistema policial. Assim, em um dos trechos mais fortes, Oruam rima:
“Esses filhos da p*ta tão rindo na nossa cara / Se botar na ponta do lápis, a caneta mata mais que o fuzil.”
MC Poze também não poupa críticas:
“Eles comemoram quando a favela chora / Eu só vou aceitar minha vitória quando o pobre parar de morrer.”
A canção é um desabafo coletivo e traz à luz a perspectiva de quem vive o cotidiano das comunidades.
Com versos fortes e produção bem limpa, o lançamento se transforma em uma denúncia pública sobre o tratamento dado à juventude negra e periférica.
Prisão de Oruam impulsiona repercussão
Oruam se entregou à polícia no Rio de Janeiro no dia 22 de julho, logo após ter sua prisão preventiva decretada.
Desse modo, ele responde por acusações como desacato, resistência e suposta associação ao tráfico.

Assim como outras vezes, a prisão ganhou repercussão nacional, em especial nas redes sociais, onde fãs e outros artistas se mobilizam em solidariedade ao rapper.
Mainstreet aposta em discurso político como resistência
O lançamento de “Manifesto #1“, de fato, reforça a posição da Mainstreet Records como uma gravadora que dialoga diretamente com a realidade das ruas.
Além de Oruam, outros nomes da gravadora também têm adotado um discurso cada vez mais político e voltado para o cotidiano das favelas.
A música transforma dor em arte, e arte em denúncia. Com um clipe forte e versos contundentes, Manifesto #1 se consolida como um marco na carreira de Oruam — mesmo em meio a um dos momentos mais delicados de sua trajetória.