“Caos é o início de tudo“, e Alee começa o projeto com a faixa “Milênio“, um pequeno interlúdio que faz a transição do último álbum do artista, “Caos“.
O lançamento de ‘Caos Deluxe’ entretanto, ocorreu no dia 24 de julho ─ cerca de 3 dias depois de supostamente vazarem o seu álbum na internet.
Já estamos dentro do Caos de Alee
“Negócios” dá sequência ao álbum, e Alee segue oferecendo molho enquanto aborda a temática do título com sua lírica e brincadeiras com a voz. Podemos continuar falando desses aspectos trazendo a próxima faixa “Big Money“.
É impossível ouvir uma música do Alee e não se impressionar com a forma que ele forra o som. Como assim? Tem voz em todo lado da música ─ e não estou falando apenas de estéreo.
O artista mostra um verdadeiro conhecimento na hora de construir suas letras, um engenheiro de verso, ou poeta.
Um segundo ato ─ o primeiro feat
Aqui, sinceramente, fui pego de surpresa com o que eu ouvi. Por algum motivo, senti que o álbum chegou em um segundo momento.
Desse modo, “Compasso” traz Leviano, artista, amigo de longa data, e que sinceramente, roubou a cena. Isso mostrou algo também: Alee não errou na escolha das participações.
Leviano traz a primeira linha melódica diferente no álbum ─ o que dá um contraste muito bom, não por menos os dois já gravam junto há muito tempo. O timbre da voz, a entonação e energia com a qual o rapper entra, meio que te dá um empurrão, e você fala “que isso, vetin?”.
Mas “Sumo” temos Alee de novo acalmando as coisas. Agora é para você ouvir mesmo o que ele está falando. Mais do que isso, para dar atenção aos ad-libs, os efeitos que complementam os versos, e até a tag do Neckklace.
Ao final você está com os ouvidos prontos para a faixa que encerra este segundo ato, “Atriz“. NO-JEN-TO! Cuspiu em cima do QualyWav1 um dos melhores e mais viciantes flows de ‘Caos Deluxe’. Como um colega comentou: ele lançou o flow “maluco no pedaço”.
Aqui bate certa euforia, mas certamente é pelo que vem a seguir.
Alee e o final de ‘Caos Deluxe’
Esse momento do álbum é até difícil de descrever. No entanto, ele começa com “Discovery” que traz apenas o patrão, Filipe Ret.
A levada desse beat ficou brincadeira, e com Ret na faixa, pode dar uma atenção nas letras, sobretudo, de Alee, que você vai encontrar muita coisa para refletir.
Energia, este, sem dúvida, foi um dos parâmetros na escolha das participações do álbum. Até porque Ret traz a mesma sensação que a aparição de Leviano.
No entanto, é a onda do Filipe Ret, marra, lírica e um artista que está muito confortável no trap e em um dos melhores momentos da sua carreira ─ para muitos, o seu auge.
A próxima faixa tem apenas o duo mais apelativo do trap dos últimos tempos. Seria possível dizer que não seria Caos sem Klisman? Quem sabe, até porque Alee já falou da influência do amigo na sequência de lançamentos de ‘Caos’ e ‘Dias antes do Caos’.
Senhores e senhores, se tiverem alguma dúvida do que esperar do álbum, “São Paulo” sintetiza isso.
Aqui Alee não começa a faixa, dá espaço para o Klisman que merece cada vez mais espaço na cena por tudo que entrega. E em “São Paulo” é ele que prepara o terreno para dar aquele toque de “o que o Alee vai aprontar agora?”.
Sem dúvida, essa é uma das melhores colaborações entre ambos. Sintonia é uma palavra boa para descrever o que os dois têm.
De SP ao RJ
E se você acha que não é possível, vamos sair de São Paulo e voltar para o Rio de Janeiro, dessa vez com MC Cabelinho na faixa “Luz, Cama e Ação“.
Preciso pegar emprestado o comentário em evidência no YouTube: “Um feat que ninguém pediu mas que todos precisavam“.
O beat é uma produção fenomenal do QualyWav1. Alee, obviamente fez a vibe, é uma música fotográfica.
Você pode fechar os olhos, certamente você vai conseguir ver a cena se passando na sua cabeça. Esse é o poder da magia lírica de Alee. O nome da faixa diz tudo, se prepare porque vai começar uma gravação.
Só que isso não é tudo porque acontece algo que ninguém estava esperando. Mc Cabelinho entregou um dos melhores versos de sua carreira em participações.
E em uma música tão cinematográfica, de fato, Cabelinho ficaria muito confortável e foi isso que aconteceu.
O flow, a escolha por rimas que trazem a sua identidade o flerte entre o cafajeste e o romântico. É simples, mas é sincero, com entonação e cadência que seguem um sentimento real. E isso é um dos elementos que traz maior surpresa, mesmo que você não capte de primeira.
Por fim, temos outra faixa com Filipe Ret, “Tudo de Novo” traz essa pegada mais motivacional. Algo que Alee traz também em sua arte e expressa nas letras: a superação.
E nesse assunto Ret está em casa e por um momento você acredita até que a faixa é dele. Mas com o refrão final de Alee, o artista sela o álbum com um coral que repete “Eu venci de novo“. E convenhamos, que vitória merecida!
