Hoje, 6 de agosto, é celebrado o Dia do Rap Nacional, uma data que marca a história e a evolução do rap no Brasil, desde suas raízes nas periferias até sua consolidação como um dos principais movimentos culturais do país.

O rap brasileiro tem suas origens no final dos anos 1980, quando jovens das periferias de São Paulo começaram a se reunir na Galeria 24 de Maio e na estação São Bento do metrô para praticar o breakdance e ouvir as influências do hip-hop americano. Nomes como Nelson Triunfo foram fundamentais nesse processo, sendo um dos primeiros dançarinos de break do país e um dos responsáveis por introduzir a cultura hip-hop no Brasil.

Em 1988, foi lançada a coletânea “Hip-Hop Cultura de Rua”, produzida por Nasi e André Jung, que apresentou ao público brasileiro artistas como Thaíde e DJ Hum, MC Jack e Código 13. Esse álbum é considerado o primeiro registro fonográfico do rap nacional e desempenhou um papel crucial na popularização do gênero.

Nos anos seguintes, grupos como Racionais MC’s, formado em 1988, e Facção Central, criado em 1989, começaram a ganhar destaque. Os Racionais MC’s, com letras que abordavam temas como racismo, violência policial e desigualdade social, tornaram-se um dos grupos mais influentes do país. O álbum “Sobrevivendo no Inferno”, lançado em 1997, é um marco na história do rap brasileiro, com faixas que se tornaram hinos de resistência.

Além de São Paulo, outras regiões também contribuíram significativamente para o desenvolvimento do rap no Brasil. Em Brasília, por exemplo, o grupo Gueto, formado em 1986, foi um dos primeiros a misturar rock e hip-hop, influenciando gerações posteriores.

O rap brasileiro evoluiu ao longo das décadas, incorporando novas influências e abordando questões sociais contemporâneas. Artistas como MV Bill, Gabriel O Pensador, Sabotage e Emicida continuaram a tradição de usar a música como ferramenta de denúncia e conscientização. Nos anos 2000 e 2010, nomes como Criolo, Karol Conká, Rincon Sapiência e Djonga levaram o rap a novos públicos, consolidando-o como um dos principais gêneros musicais do país.

Hoje, o rap nacional é reconhecido não apenas por sua contribuição à música, mas também por seu papel na formação de uma identidade cultural e política das periferias brasileiras. O Dia do Rap Nacional é uma oportunidade para refletir sobre essa trajetória e celebrar a importância desse movimento na sociedade brasileira.