Ajuliacosta, ou simplesmente AJC, é um dos nomes mais promissores da nova geração do hip hop brasileiro. Com 26 anos, a jovem de Mogi das Cruzes equilibra com maestria duas paixões que definem sua trajetória: a música e a moda. 

Mais do que talentos distintos, essas áreas se unem para promover um objetivo claro: valorizar a cultura periférica e expandir os horizontes da representatividade negra em espaços historicamente elitizados.

Início de Uma Trajetória Singular

A jornada de Ajuliacosta começou ainda na adolescência, quando transformou seu interesse por costura em uma fonte de renda. Aos 14 anos, ela já customizava roupas para vender entre colegas na escola. O que começou como um hobby cresceu, e aos 17, com os R$ 700 de seu FGTS, fundou a Ajuliacosta Shop, sua própria marca de roupas. 

Operando inicialmente de sua casa, no condomínio da CDHU, a jovem realizava todo o processo de produção: da escolha dos tecidos à entrega em estações de metrô.A marca nasceu com o propósito de dialogar com a cultura negra e marginalizada, trazendo a essência das ruas e do hip hop para o design das peças. 

Hoje, o empreendimento é um sucesso consolidado, contando com um time de 78 funcionárias e lojas físicas em São Paulo e no Rio de Janeiro, além de um e-commerce.

O Início da Jornada Musical

Apesar do amor pela música estar presente desde cedo, foi somente em 2021, durante a pandemia, que Ajuliacosta decidiu transformar esse sonho em realidade. 

Lançando suas primeiras músicas, ela encontrou uma forma única de integrar seus dois mundos: os videoclipes também promoviam suas coleções. Essa estratégia criativa uniu sua arte musical à moda, reforçando a identidade multifacetada da artista.

Seu single “O Tipo de Garota” exemplifica bem essa integração. No videoclipe, ela aparece vestindo peças da Ajuliacosta Shop, mostrando como a moda não é apenas um complemento, mas parte essencial de sua narrativa artística. “A moda e a música refletem uma na outra. Meu trabalho em ambos os campos está atrelado à história de uma mulher negra e periférica”, afirma.

Narrativas Poderosas no Hip Hop

Ajuliacosta utiliza suas letras para abordar temas como desigualdade, racismo e o dia a dia da quebrada. Em “Mina Chavosa”, um de seus maiores sucessos, ela descreve os desafios enfrentados por jovens negras nos centros urbanos: “Se eu ficar de favela os polícia joga pimenta, e se eu for pro centro eles vão dar enquadro”.

 Sua capacidade de transformar experiências pessoais em narrativas universais faz com que sua música ressoe não apenas no Brasil, mas também em palcos internacionais.O álbum Brutas Amam, Choram e Sentem Raiva é um exemplo claro de como Ajuliacosta desafia as convenções do rap brasileiro. 

Em um cenário muitas vezes dominado por rimas aceleradas e fórmulas previsíveis, ela aposta em uma prosódia mais relaxada, com faixas que exploram emoções complexas e apresentam um olhar mais intimista sobre a vida nas periferias.

Uma Rapper com Impacto Internacional

Além de conquistar o público brasileiro, Ajuliacosta tem expandido sua influência para fora do país. Em 2024, ela participou do festival Karnaval With Love, em Paris, onde apresentou um pocket show no renomado Cité de la Mode. 

Durante a performance, a artista misturou o rap com bases de dembow, um gênero musical dominicano próximo ao funk, mostrando sua versatilidade e habilidade de se conectar com diferentes culturas.

Sua apresentação, marcada por energia e autenticidade, atraiu tanto fãs brasileiros quanto um público estrangeiro que aplaudiu sua entrega no palco. Ao se apresentar como “uma rapper da América Latina”, Ajuliacosta reforçou a importância de ocupar espaços internacionais, levando consigo as histórias e a cultura das periferias brasileiras.

O Lugar das Mulheres no Rap

Ajuliacosta faz parte de uma nova onda de rappers mulheres que têm transformado a cena do hip hop no Brasil. Junto a nomes como Tasha e Tracie, MC Luanna e Duquesa, ela desafia os estereótipos de um gênero historicamente dominado por homens. Para ela, a presença feminina no rap não é apenas uma conquista pessoal, mas um movimento coletivo que busca expandir os limites do que é possível dentro do estilo.

“Estamos aqui para mostrar que mulheres também podem liderar o rap, contar histórias e cativar diferentes públicos”, afirma a artista. Apesar das barreiras, ela reconhece que a cena está em transformação, com rappers mulheres ganhando cada vez mais espaço tanto no Brasil quanto em mercados internacionais, como Estados Unidos e França.

Transformando Realidades

Mais do que uma rapper, Ajuliacosta é uma voz para a periferia. Suas letras são carregadas de referências à cultura negra e às vivências de mulheres como ela, que enfrentam desafios diários para serem vistas e respeitadas. Ao mesmo tempo, sua presença em festivais e eventos internacionais demonstra o potencial do hip hop brasileiro de romper fronteiras e dialogar com outras culturas.

Seja rimando sobre as dificuldades de crescer na periferia ou celebrando a força das mulheres negras, Ajuliacosta não deixa dúvidas de que sua arte é uma ferramenta de resistência e transformação. 

Como ela mesma diz, sua missão vai além da música: é sobre criar espaços e abrir caminhos para que outras mulheres possam ocupar lugares de destaque, tanto na arte quanto na vida.

O logotipo da Nike, o famoso Swoosh, é um dos símbolos mais reconhecíveis do mundo. Sua jornada, porém, não foi sempre tão certa e previsível. O que começou como uma simples ideia para representar a marca se transformou em um ícone visual que transcende o esporte, a moda e o design gráfico.

Agora, vamos entender como esse símbolo inovador se tornou sinônimo de sucesso global, e o que ele representa para a marca Nike e seus seguidores.

A Origem da Nike

A Nike, como a conhecemos hoje, não nasceu com esse nome ou com esse logotipo. A história começa em 1964, quando Phil Knight e Bill Bowerman fundaram a Blue Ribbon Sports, inicialmente uma empresa que distribuía tênis japoneses nos Estados Unidos.

No entanto, em 1971, Knight decidiu que a empresa precisava de uma identidade própria. Ele queria mais do que apenas um nome – queria um logo que fosse tão icônico quanto o que a marca representaria futuramente.

Foi nesse momento que Knight contratou Carolyn Davidson, uma estudante de design gráfico na época, para criar o logotipo que representaria a marca. Davidson, que inicialmente aceitou o trabalho como uma forma de complementar sua renda enquanto buscava se concentrar em sua arte, recebeu a tarefa de criar um símbolo que transmitisse movimento, fluidez e agilidade, alinhando-se ao conceito esportivo que a Nike desejava explorar.

O Design do Swoosh

Embora o objetivo fosse claro, o processo criativo não foi simples. Davidson apresentou várias opções de design, mas nenhuma delas parecia convencer Phil Knight. Até que, após semanas de trabalho, ela propôs o que seria o famoso Swoosh.

Representando a sensação de movimento rápido e contínuo, o logotipo tinha a intenção de capturar a essência do esporte e da superação. No entanto, a primeira reação de Knight não foi positiva – ele não achou que o design refletia o que ele imaginava. Mesmo assim, ele aceitou a proposta com a famosa frase: “Vou gostar mais com o tempo”.

O nome “Swoosh”, que é sinônimo de agilidade e velocidade, foi dado ao logotipo, mas inicialmente Davidson o chamava de “The Stripe” (“A Listra”). O design foi testado, aplicado e rapidamente aprovado para ser usado nos primeiros modelos de tênis da Nike, como o Nike Cortez, lançado em 1972. A transformação desse desenho simples em um símbolo global começou ali.

A História Não Contada de Carolyn Davidson

Embora o logotipo tenha se tornado um dos mais valiosos e reconhecíveis do mundo, o papel de Carolyn Davidson na criação do Swoosh muitas vezes passa despercebido.

Inicialmente, Davidson recebeu apenas 35 dólares por seu trabalho no logotipo, mas o impacto de sua criação ultrapassou qualquer valor monetário. Em reconhecimento ao seu trabalho, a Nike lhe deu ações da empresa e um anel com o Swoosh em 1983.

Essa celebração foi um pequeno gesto para reconhecer sua contribuição vital para o sucesso da Nike, que rapidamente se tornou uma das marcas mais influentes do mundo.

O Crescimento a Consolidação

O primeiro grande sucesso da Nike, em termos de visibilidade, foi o modelo de tênis Nike Cortez. Esse calçado, que estreou com o Swoosh estampado, tornou-se popular não apenas entre os atletas, mas também como um item de moda. Desde esse momento, o logotipo foi associado não só ao desempenho esportivo, mas também ao estilo de vida e à cultura urbana.

A Nike foi além ao transformar o Swoosh em um símbolo de superação e vitória. Com o passar dos anos, o logo foi incorporado a uma vasta gama de produtos e campanhas publicitárias que mostraram a marca como uma força global no mundo dos esportes.

O impacto do Swoosh foi amplificado com o lançamento do slogan “Just Do It”, em 1988, que consolidou ainda mais a imagem da Nike como uma marca motivacional e de alto desempenho.

O Valor de Design e Marketing

Hoje, o Swoosh não é apenas o logotipo de uma empresa de artigos esportivos – ele se tornou uma parte da cultura popular. A Nike, em 2022, foi avaliada em 33 bilhões de dólares, com grande parte desse valor sendo impulsionada pela força do seu logo.

O Swoosh representa mais do que apenas produtos de alta performance – ele é um símbolo de conquista, esforço e identidade, algo que ressoa com milhões de pessoas ao redor do mundo.

Para os designers gráficos e para o mundo do marketing, o Swoosh serve como um exemplo perfeito de como simplicidade e clareza podem se transformar em um ícone universalmente reconhecido.

O logotipo transmite dinamismo sem ser excessivamente complexo, o que o torna fácil de reconhecer e memorizar. A Nike soube como explorar o poder do design para estabelecer uma marca poderosa, conectando sua identidade visual com os valores de seus consumidores.

O Significado e a Representação

Embora o logotipo tenha surgido de um projeto simples, ao longo do tempo, o Swoosh ganhou significados mais profundos. Muitas pessoas interpretam o símbolo de diferentes maneiras: ele pode ser visto como uma representação das asas da deusa grega Nike, que simbolizava a vitória, ou como um “checkmark” que representa o “sim” ou “conquista” de um objetivo.

A verdade é que o Swoosh representa o espírito da marca: movimento, inovação e o constante impulso em direção ao futuro. Para atletas e não atletas, o Swoosh é mais do que um símbolo – é um lembrete diário de superação e realização. Sua presença em campanhas como “Just Do It” reflete essa mensagem de força e resiliência.

A história do Swoosh é um exemplo claro de como a criatividade, aliada à visão estratégica, pode transformar um simples logotipo em um símbolo global de poder e sucesso.

O estilo streetwear transcende as barreiras da moda para se tornar um manifesto cultural. Originado nas ruas, ele mescla influências de diversas subculturas e grupos, como surfistas, skatistas, entusiastas do hip-hop, punks e fãs do rock. Essa combinação cria um visual despojado que celebra conforto e autenticidade.

Raízes do Streetwear

O termo “streetwear”, que traduzido literalmente significa “traje de rua”, emergiu como uma forma de expressão nos anos 1980 e 1990. Shawn Stussy, um designer de pranchas de surf na Califórnia, é frequentemente apontado como um dos pioneiros do movimento. Ele começou a criar camisetas oversized para surfistas, que rapidamente caíram no gosto popular devido à sua praticidade e estilo.

Paralelamente, em Nova York, o hip-hop ganhava força. O gênero musical trouxe não apenas uma revolução sonora, mas também influenciou a moda com roupas largas, acessórios ousados e tênis esportivos, elementos que se consolidaram no streetwear. Durante a década de 1990, o movimento se expandiu, incorporando elementos de outras subculturas, como o punk e o skate, criando uma estética diversificada e universal.

Evolução e Impacto na Cultura

Com o tempo, o streetwear deixou de ser apenas um reflexo das ruas e adentrou o universo da moda de luxo. Grandes marcas, antes associadas à alta costura, começaram a incorporar elementos urbanos em suas coleções, colaborando com designers e artistas ligados à cena street. Isso conferiu ao estilo um novo status, atraindo não apenas jovens, mas também pessoas de diferentes idades e perfis.

Além disso, o streetwear ganhou destaque como ferramenta de empoderamento e manifestação social. Suas estampas muitas vezes carregam mensagens políticas e culturais, funcionando como uma plataforma para expressar opiniões e ideias.

Características do Streetwear

Embora as interpretações variem globalmente, algumas características são comuns a este estilo:

1. Conforto e Funcionalidade
   O streetwear prioriza roupas práticas, frequentemente associadas a atividades esportivas. Peças oversized, como camisetas, moletons e calças soltas, proporcionam liberdade de movimento e um visual descontraído.
2. Estampas e Logotipos
   Roupas com gráficos marcantes, logotipos de marcas e números são populares, pois adicionam personalidade ao look. Camisetas de times, por exemplo, misturam paixão esportiva e estilo urbano.
3. Tênis Esportivos
   Os tênis são um dos pilares do streetwear, com modelos inspirados em esportes como basquete e skate ganhando destaque. Linhas icônicas, como Jordan da Nike, exemplificam essa fusão entre funcionalidade e moda.
4. Acessórios
   Bonés, correntes, pochetes e shoulder bags são elementos comuns, conferindo um toque final ao visual e proporcionando praticidade.

Mais do que um estilo, o streetwear é uma linguagem. Ele permite que indivíduos expressem sua personalidade e interesses, misturando peças básicas com texturas e estampas ousadas. Além disso, sua flexibilidade estética permite adaptações constantes, acompanhando as tendências globais sem perder a essência original.

Adaptações Regionais e Globais

O streetwear é um reflexo da cultura local, e isso se traduz em variações regionais. No Japão, por exemplo, ele incorpora influências minimalistas e elementos da tradição cultural, enquanto nos Estados Unidos o foco permanece em peças oversized e tênis esportivos. Já na Europa, combinações mais sofisticadas e alinhadas com a moda high fashion são comuns.

Hoje, o streetwear continua a evoluir, impulsionado pelas redes sociais e pela colaboração entre marcas de luxo e designers urbanos. Essa fusão democratizou o acesso ao estilo, tornando-o um fenômeno global. Plataformas digitais e influenciadores desempenham um papel crucial na disseminação de tendências, tornando o streetwear um símbolo de criatividade e inovação.

O streetwear é mais do que uma simples tendência; é uma celebração da cultura urbana, da individualidade e da evolução da moda como expressão de identidade.

Seja pelas ruas da Califórnia, pelas pistas de skate de Tóquio ou pelos centros urbanos da Europa, o estilo continua a influenciar gerações, reafirmando seu status como um marco atemporal na história da moda.