Prisão de MC Poze do Rodo leva inúmeros artistas a se pronunciarem contra decisão da justiça

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Prisão de MC Poze do Rodo
Prisão de MC Poze do Rodo ─ Imagem: Reprodução/TV Globo

A prisão de MC Poze do Rodo, nesta quinta-feira (29), sem dúvida, é mais um desses eventos que mexe com a cultura periférica.

Após a determinação da justiça de apologia ao crime e  envolvimento com facção e tráfico de drogas. Poze foi detido em sua casa, no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio.

Inicialmente, a Polícia Civil cumpre um mandado de busca temporário. Assim, o artista deve ficar entre 30 a 90 dias preso segundo esta decisão.

Ontem, no entanto, o funkeiro passou pela audiência de custódia, no presídio de Benfica, na zona norte do Rio de Janeiro, e a justiça manteve a sua prisão.

Prisão de MC Poze do Rodo
Prisão de MC Poze do Rodo ─ Imagem: Reprodução/TV Globo

A prisão de MC Poze do Rodo e a dúvida entre tratamentos

Apesar de morar em uma das áreas mais prestigiadas do Brasil, Marlon Brendon Coelho Couto Silva, foi levado de sua casa antes mesmo do sol nascer.

Descalço, sem camisa, algemado contra a parede. De fato, o tratamento não parece corresponder a um dos maiores nomes da música atual.

Não por menos, a internet lembrou de casos como o de Rogério Andrade, ou do Roberto Jeferson, que ao receber um mandato de prisão da Polícia Federal, atirou contra a polícia.

Contudo, quando uma prisão é posta ao lado da outra, fica evidente a diferença de tratamento. Quem fez uma análise precisa sobre isso foi o Joel Paviotti, do canal, Iconografia da História:


A voz dos artistas na internet

O número de manifestações da parte de artistas do trap, funk é difícil de elencar os nomes, mas se destacam Oruam, Orochi, MC Cabelinho, Major RD, MD Chefe, Veigh, MC Maneirinho, entre outros.

Figuras públicas como Erika Hilton, Vivi Noronha (esposa do funkeiro), deputado do Paraná, Renato Freitas, também se posicionaram sobre esse episódio.

De todos os males desse episódio e mancha que tentam jogar no movimento, há algo de positivo.

Muitos dos artistas que se manifestaram, principalmente, da cena carioca, abordaram esta questão com um discurso inteligente.

Há uma busca, sobretudo, por evidenciar para a sociedade a diferença do peso que a justiça brasileira tem posto sobre os cidadãos, ancorado em fatores como raça, classe social e até influência.


A necessidade de manifestação em prol da arte

Recentemente, Djonga, deu um grande exemplo ao falar da importância de artistas, sobretudo, de movimentos marginalizados (apesar de hoje menos), como o rap, ocuparem lugares com aquele ─ a Câmara Municipal de BH.

São espaços nos quais os artistas, e a população podem dialogar com o sistema. Um dos pontos, inclusive, que vale mencionar é sobre a “definição de quais são os limites da liberdade de expressão“.

E por que debater sobre isso é importante? Porque em um momento como este, da prisão do MC Poze do Rodo, a polícia pode afirmar que “as letras da música extrapolam qualquer limite de liberdade de expressão”. Que limite?

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