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Música

Mulheres que Moldaram o Rap Nacional

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O rap brasileiro carrega uma rica história marcada por lutas sociais, empoderamento e resistência, muitas vezes dominada por vozes masculinas. No entanto, mulheres incríveis se destacaram ao longo dos anos, quebrando barreiras e contribuindo com talento e autenticidade para moldar o gênero.

Estas pioneiras e contemporâneas representam muito mais do que letras e rimas: são símbolos de força e inovação em uma cena que nem sempre as acolheu com igualdade.

Dina Di: A Precursora

Viviane Lopes Matias, ou Dina Di, é um nome fundamental na história do rap nacional. Integrante do grupo Visão de Rua nos anos 1990, ela usava suas rimas para discutir questões como violência, desigualdade social e machismo, temas que ainda ecoam em diversas periferias do Brasil.

Dina abriu portas para futuras gerações, mostrando que o rap também era espaço para mulheres. Sua morte prematura em 2010 deixou um legado que segue inspirando artistas de todos os gêneros.

Negra Li: A Versatilidade que Conquistou o Brasil

Com sua entrada no RZO, Negra Li se tornou uma das artistas mais reconhecidas do rap nacional. A partir da zona oeste de São Paulo, ela uniu sua voz potente às batidas do rap e influências do R&B, transitando entre diferentes gêneros com maestria.

Sua carreira solo consolidou seu status como uma das vozes mais importantes da música brasileira, atingindo o público com hits como “Você Vai Estar na Minha”. Negra Li transcendeu o rap, mas nunca se afastou de suas raízes, mantendo viva a essência do gênero em suas criações.

Kmilla CDD: O Rap da Comunidade

Irmã de MV Bill, Kmilla CDD conquistou seu espaço na cena com seu flow marcante e letras que retratam as vivências da comunidade da Cidade de Deus. Canções como “Estilo Vagabundo” (2007) mostraram seu talento e força ao público. Com o EP Preta Cabulosa (2017), Kmilla provou que sua arte vai além da parceria com o irmão, destacando-se como uma artista autêntica e poderosa.

Cris SNJ: Militância e Resistência

Há mais de duas décadas, Cris SNJ fortalece o rap nacional com suas rimas cheias de mensagem. Integrante do grupo Somos Nós a Justiça desde 2000, ela é conhecida por sua militância e por representar o feminismo na música. Cris lançou o álbum solo Se tu lutas, tu conquistas em 2016, um trabalho que reforça a importância da luta por igualdade e justiça no Brasil.

Flora Matos: Vanguarda e Originalidade

Flora Matos é uma artista que desafia convenções e redefine os limites do rap nacional. Dona de uma versatilidade única, ela mistura gêneros como grime, drill, boom-bap, samba e afrobeat, criando uma identidade sonora que é exclusivamente sua. Com álbuns como Do Lado de Fora (2020) e Flora de Controle (2022), Flora demonstra seu talento para inovar sem perder a essência do rap.

Sua capacidade de adaptar ritmos globais ao contexto brasileiro faz dela uma vanguardista, que transforma tendências em arte autêntica e profundamente pessoal. Poucos conseguem resistir ao seu flow, que é ao mesmo tempo técnico, emocional e impactante.

Karol Conká: Revolução

Desde o início de sua carreira, Karol Conká quebrou paradigmas, trazendo uma visão única ao rap nacional. Álbuns como Batuk Freak (2013) e o sucesso “Tombei” colocaram o nome da rapper curitibana em destaque.

Apesar de polêmicas, Karol se mantém uma figura essencial na cena, abordando em suas músicas temas como empoderamento, racismo e feminismo. Ela continua a ser uma referência para mulheres que desejam ingressar no universo do rap e do pop com autenticidade.

Tássia Reis: Renovação do Rap Feminino

Tássia Reis é sinônimo de renovação no rap feminino. Desde o lançamento de “Meu Rapjazz” (2013), a artista trouxe uma nova perspectiva ao gênero, incorporando influências de jazz, soul e R&B às suas rimas. Seu trabalho destaca temas como empoderamento, amor próprio e questões sociais, mas sempre com uma abordagem leve e reflexiva.

A originalidade de Tássia não está apenas na sonoridade, mas também em sua postura: uma mulher negra do interior que conquistou o cenário nacional com autenticidade e carisma. Sua trajetória é uma inspiração para jovens artistas que enxergam no rap não apenas uma forma de resistência, mas também um espaço de liberdade criativa.

Nega Gizza: O Rap Além da Música

Mais do que uma artista, Nega Gizza é uma comunicadora que ampliou os horizontes do rap no Brasil. Além de suas músicas, ela foi pioneira como apresentadora de programas de rádio dedicados ao gênero. Álbuns como Na Humildade consolidaram sua trajetória, mostrando que o rap pode ser uma plataforma para diversas formas de expressão.

Legado

O rap feminino é, acima de tudo, resistência. Cada rima, cada batida é uma resposta à invisibilidade que muitas enfrentaram e ainda enfrentam. Não esquecer essas mulheres é garantir que suas histórias permaneçam vivas, sendo lembradas como exemplos de perseverança e talento.

Manter viva a memória e a relevância dessas artistas é fundamental para a construção de uma cena musical mais diversa, inclusiva e representativa. Não se trata apenas de celebrá-las pelo que já fizeram, mas de reconhecer que elas continuam moldando o presente e influenciando o futuro do rap nacional.

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MV Bill lança clipe “Volta Por Cima”, celebrando a resistência e a força do morador da periferia

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O novo videoclipe de MV Bill, “Volta Por Cima“, representa uma celebração da resiliência e da luta cotidiana dos moradores das periferias brasileiras. O que mais chama atenção é a sua visão sensível e combativa dos problemas que afligem nossas comunidades, quase nos incitando à vitória e à irmandade. Nessa música, MV Bill convocou um time de peso! Com participação especial da banda Jota Quest e da cantora Kmila CDD, e produção que leva a assinatura de DJ Caique, a força da música é complementada pela direção do videoclipe por Alexandre de Maio.

No cenário nacional, MV Bill é um dos maiores nomes: construiu sua carreira com letras que refletem a vida nas periferias, trazendo à tona figuras normalmente invisibilizadas e construindo pontes entre diferentes realidades. O rapper carioca tem sido um símbolo de luta social desde a década de 1990, quando lançou hinos como “Soldado do Morro” e “Cidadão Comum“. Em “Na Visão do Morador“, ele reafirma esse compromisso na primeira pessoa do plural, valorizando a dignidade e a esperança de quem vive em meio a tanta adversidade.

Volta Por Cima” é, acima de tudo, um convite à reflexão e ao recomeço.

A letra aborda a superação das adversidades com força e sem perder o foco nos objetivos maiores, mesmo diante de tentativas de opressão, o que está muito evidente. A colaboração com Jota Quest adiciona uma camada musical ao rap e ao pop rock, ampliando o alcance da mensagem para um público ainda maior. Enquanto isso, Kmila CDD, com sua voz marcante, traz a emoção necessária para completar a mensagem de força e resiliência.

Assista aqui:

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Rappin’ Hood desafia a cultura armamentista com “Ponto 41”

Rappin’ Hood, um dos nomes mais respeitados do rap nacional, está de volta com um lançamento crucial para o momento que estamos vivendo na sociedade

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Rappin’ Hood, um dos nomes mais respeitados do rap nacional, está de volta com um lançamento crucial para o momento que estamos vivendo na sociedade. Em parceria com o produtor Techsoul, o rapper apresenta “Ponto 41”, uma música que, por meio de versos afiados e uma batida envolvente, faz uma crítica contundente à cultura armamentista e à violência que assola o Brasil.

A faixa vai além da superfície ao abordar a normalização das armas no cotidiano e o impacto devastador dessa realidade, principalmente nas periferias. “Ponto 41” não é apenas uma música; é um manifesto codificado, como o próprio artista sugere, que reflete sobre a relação entre poder, opressão e desigualdade.

No clipe, lançado junto com a música, Rappin’ Hood utiliza imagens carregadas de simbolismo para reforçar a mensagem. Em cenários que retratam a urbanidade e o caos das grandes cidades, o rapper apresenta personagens que refletem o contraste entre a força do armamento e a vulnerabilidade da população. É um trabalho visual impactante, que traz a assinatura criativa de uma equipe comprometida com a ideia de transformação social.

“Essa música é uma provocação. A gente vive em um país onde o acesso às armas é discutido como solução para a segurança, mas os números mostram o contrário. Precisamos de mais diálogo, educação e cultura, não de violência,” declarou Rappin’ Hood.

A parceria com Techsoul agrega ainda mais força ao projeto. Conhecido por sua habilidade em criar produções inovadoras, o produtor trouxe elementos que misturam o peso do rap tradicional com nuances contemporâneas, resultando em uma sonoridade única. O resultado é uma obra que não apenas critica, mas também instiga o público a refletir e agir.

Com “Ponto 41”, Rappin’ Hood e seu papel como porta-voz das periferias e do Hip Hop nacional, usa sua música para desafiar sistemas opressivos e questionar o status quo. Em tempos de polarização e violência crescente, a faixa surge como um grito necessário, mostrando que o rap ainda é, e sempre será, uma poderosa ferramenta de resistência e transformação.

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Criolo é eleito Homem do Ano 2024 pela GQ Brasil

A noite de premiação da GQ Brasil em 2024 coroou Criolo, um dos nomes mais impactantes do cenário musical brasileiro, como Homem do Ano

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Reprodução Instagram

A noite de premiação da GQ Brasil em 2024 coroou Criolo, um dos nomes mais impactantes do cenário musical brasileiro, como Homem do Ano. O rapper, que há mais de duas décadas usa sua arte para dar voz às periferias e refletir sobre as desigualdades do país, foi reconhecido não apenas por sua música, mas também por seu compromisso com causas sociais e pela profundidade de suas mensagens.

Criolo é muito mais do que um artista. Ele é um contador de histórias, um porta-voz de milhões que encontram em suas letras um espelho de suas próprias realidades. Do início de sua carreira no Grajaú, bairro periférico de São Paulo onde cresceu, até sua consagração como um dos maiores nomes da música brasileira, o rapper sempre carregou consigo uma missão: usar o microfone como ferramenta de transformação.

Ao receber o prêmio, Criolo emocionou o público com um discurso que refletiu a essência de sua trajetória: “Este prêmio não é só meu. Ele pertence a todos que acreditam no poder da arte para transformar vidas, para gerar empatia e para construir pontes em um mundo tão dividido.”

O reconhecimento da GQ Brasil celebra o impacto cultural de Criolo, que transcende fronteiras musicais e toca em questões como racismo, desigualdade social, saúde mental e esperança. Seu último álbum, Sobre Viver, mostra isso, abordando temas sensíveis com uma honestidade cortante e poesia singular.

Criolo, que começou sua caminhada nas batalhas de rima e nas rodas de samba, nunca se afastou de suas raízes, e talvez seja exatamente isso que o torna tão único. Ele consegue transitar entre o rap, o samba e outros gêneros musicais, sempre com a mesma autenticidade e profundidade que conquistaram fãs de todas as idades e origens.

A homenagem da GQ Brasil é mais um capítulo em uma carreira que não para de crescer, mas, acima de tudo, é um lembrete do impacto que uma voz pode ter quando decide falar pelo coletivo. Criolo é uma prova viva de que a arte tem poder, e seu reconhecimento como Homem do Ano 2024 é uma vitória não apenas para ele, mas para todos que enxergam na cultura uma forma de resistência e transformação.

Criolo segue inspirando o Hip Hop e a música brasileira e todos que acreditam na força da mensagem.

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