O lendário rapper Chuck D, fundador do icônico grupo Public Enemy, criticou o uso não autorizado de sua música “Burn Hollywood Burn” em vídeos que retratam os devastadores incêndios florestais que atingem a Califórnia. A faixa, lançada no clássico álbum Fear of a Black Planet em 1990, foi criada como uma crítica contundente ao racismo estrutural na indústria cinematográfica e não tem qualquer relação com desastres naturais.
Em uma declaração pública, Chuck D explicou que “Burn Hollywood Burn” nasceu do contexto histórico da Rebelião de Watts, ocorrida em 1965, um marco de resistência contra a desigualdade racial. Ele destacou que a expressão “burn, baby, burn”, popularizada pelo radialista Magnificent Montague, foi um grito de protesto contra as injustiças sofridas pela comunidade negra e não deve ser desvirtuada para outras narrativas.
Nas redes sociais, o rapper pediu respeito ao significado original da música e alertou sobre os danos causados pela associação inadequada da canção a eventos como os incêndios em Los Angeles. Chuck D também expressou solidariedade às famílias afetadas pelos desastres, reforçando a importância de oferecer apoio às comunidades atingidas.
Os incêndios florestais na Califórnia continuam a causar estragos, com evacuações em massa e prejuízos incalculáveis. Chuck D aproveitou a oportunidade para destacar a necessidade de empatia em momentos de crise e lembrou que obras artísticas têm contextos históricos que devem ser preservados e respeitados.
A polêmica trouxe à tona discussões sobre o uso responsável de músicas em vídeos e campanhas, reforçando a importância de considerar o contexto original das obras, especialmente em temas tão sensíveis quanto questões sociais e tragédias naturais.