Recentemente a Lei ‘Anti-Oruam’ chamou atenção nas redes sociais após a mobilização feita pela vereadora do estado de São Paulo, Amanda Vettorazzo (União-SP).
Assim, ela usa a figura de Oruam para, de certo modo, punir gêneros musicais pelo qual ele transita, como o trap e o funk.
Como? A proposta, basicamente, proíbe o “financiamento público de shows e eventos que promovam apologia ao crime, ao funk criminoso e ao uso de drogas“, como destaca o texto da vereadora.
Como a Lei ‘anti-Oruam’ não se limita ao Oruam?
Hoje, graças à LEI Nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991 (conhecida como Lei Rouanet), eventos e artistas conseguem acesso a dinheiro público para financiar shows, eventos, e afins.
Embora o processo não seja tão simples, é um meio pelo qual contratantes conseguem oferecer mais eventos, e artistas encontram mais palcos.

A Lei ‘Anti-Oruam’, no entanto, vai em um caminho oposto a uma das principais leis de fomento e incentivo artístico no país.
Por isso, o impacto desse projeto de lei vai muito além do Oruam. Ela atinge praticamente toda a cena de funk, trap, rap e subgêneros.
Afinal, são gêneros em que as letras, quase que majoritariamente, abordam estes elementos e outros que ainda podem ser citados em uma nova edição desse projeto de lei.
Kim Kataguri e a aprovação do PL em âmbito nacional
Em um primeiro momento, a exposição do projeto de lei foi recebida em tom de meme por algumas pessoas.
No entanto, Kim Kataguri (União-SP), deputado federal, falou que deve protocolar nos próximos dias o PL ‘anti-Oruam’. A proposta segue a mesma linha do projeto de Amanda, mas em abrangência nacional. Afinal, o PL de Amanda Vettorazzo se limita à capital de São Paulo.
É importante enfatizar que o PL, não proíbe o artista de se apresentar em qualquer cidade, mas impede que prefeituras contratem estes artistas com o dinheiro público.
Na prática, isso poderia excluir muitos artistas, sobretudo, da periferia, de conseguirem se apresentar e manter uma carreira, mesmo que não estejam no mainstream.
Reação das pessoas na internet
Há basicamente, duas reações entre as pessoas que tiveram contato com esse projeto. Um lado dá total apoio, enfatizando que o dinheiro público não deve financiar artista que faz apologia à facção e afins.
Por outro lado, há quem entenda a situação por um viés de preconceito ou perseguição à música ou arte vinda da periferia.
De todo modo, o público que tem reagido às publicações referente ao PL ‘anti-Oruam’ assume um desses dois lados.
Após a divulgação do PL ‘anti-Oruam’ (através de um vídeo de Amanda), Oruam apareceu em seu perfil no Instagram.
No vídeo, Oruam aparece em tom de revolta junto com alguns amigos. Entre sua fala, o artista destaca “nós canta o que nós vive”.
Em vídeos posteriores, o artista apareceu fazendo um show lotado em Portugal, questionando se seria necessário fazer uma lei ‘anti-Oruam’ na Europa também.
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